Dia do Professor
No dia dedicado a homenagear os professores, vale a pena tomar emprestado um trecho do livro de Bartolomeu Campos de Queirós “Ler, escrever e fazer conta de cabeça”, no qual um menino do interior de Minas relembra pessoas, lugares, fatos e sentimentos de uma fase importante de sua vida. Dona Maria Campos ocupa um espaço especial trazendo à sua memória emoções, sensações e aprendizados que o acompanharam ao longo da vida. Com certeza, milhões de brasileiros também guardam lembranças semelhantes de muitos de seus professores.
“A professora gostava de vestido branco, como os anjos de maio. Carregava sempre um lenço dobrado dentro do livro de chamada ou preso no cinto, para limpar as mãos, depois de escrever no quadro-negro. Paninho bordado com flores, pássaros, borboletas. Ela passava o exercício, e de mesa em mesa ia corrigindo. Um cheiro de limpeza coloria o ar quando ela passava. Sua letra, como era bem desenhada, amarradinha uma na outra! ... Redonda, fácil de decifrar, sem sair da linha, como se aprendida depois do horizonte.
Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. E todos gostavam de aprender primeiro, para fazê-la feliz. Eu, como já sabia ler um pouco, fingia não saber e aprendia outra vez. Na hora da chamada, o silêncio ficava mais vazio e o coração quase parado, esperando a vez de responder “presente”. Cada um se levantava, em ordem alfabética e, com voz alta, clara, vaidosa, marcava sua presença e recebia mais uma bolinha azul na frente do nome. Ela chamava o nome por completo, com o pedaço da mãe e o pedaço do pai. Queria ter mais nome, para ela me chamar mais tempo.
O giz, em sua mão, mais parecia um pedaço de varinha mágica de fada, explicando os mistérios. E, se economizava o quadro, para caber todo o ponto, nós também aproveitávamos bem as margens do caderno, escrevendo nas beiradinhas das folhas. Não acertando os deveres, Dona Maria elogiava a letra, o raciocínio, , o capricho, o aproveitamento do caderno. A gente era educado para saber ser com orgulho. Assim, a nota baixa não trazia tanta tristeza.
Em sua mesa, coberta de toalha, sempre descansava um vaso com flores. Colhíamos na estrada e levávamos de presente aquela fala colorida da natureza. Se primavera ou depois das chuvas, tantas eram as flores que, o fim da aula, Dona Maria Campos mandava pequenos buquês para nossas mães, junto com um abraço ......
Nas aulas de poesia, Dona Maria caprichava. Abria o caderno, e não só lia poemas, mas escrevia fundo em nosso pensamento as idéias mais eternas. Ninguém suspirava, com medo de a poesia ir embora: Olavo Bilac, Gabriela Mistral, Alvarenga Peixoto e “Toc, toc, tamanquinhos”. Outras vezes declamava poemas de um poeta chamado Anônimo. Ele escrevia sobre tudo, mas a professora não falava de onde vinha nem onde tinha nascido. E a poesia ficava mais indecifrável.”
Você sabe como surgiu o Dia do Professor?
O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quando surgiu este costume no Brasil.
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao Professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".
Fontes:
Site www.diadoprofessor.com.br
Site www.unigente.com
A importância da interação dos professores com as famílias de seus alunos
Estudos nacionais e internacionais encontraram evidências de que a participação das famílias influencia o desempenho acadêmico dos estudantes:
- pais e familiares sentem-se valorizados e passam a acompanhar mais de perto os filhos: aproximam-se da escola, ajudando a aprimorar os mecanismos de gestão democrática da escola pública; - professores sentem-se fortalecidos na posição de orientadores dos alunos:passam a conhecê-los mais e a contar com a família para a solução de problemas
Aproximação escola-família e conhecimento de suas realidades ajuda a escola a:
- Rever as práticas pedagógicas pensando na diversidade dos alunos;
- Promover a articulação das políticas educacionais com políticas setoriais para apoio integral às famílias.
Como favorecer a parceria família/escola:
-Entender os alunos como parte de um contexto social e familiar inalienável às condições de aprendizagem e, portanto: conhecer e entender sua realidade social e familiar (Situações mais vulneráveis, recursos disponíveis em cada grupo familiar);
-Estabelecer formas específicas de interação, reconhecendo as diferenças entre eles e o direito de cada um a ser ouvido com atenção.
- Marcar reuniões de pais em horários favoráveis à sua participação;
- Transformar as reuniões em momentos de troca de experiências sobre o desenvolvimento dos alunos ( pais apontam a dificuldade de acesso e compreensão das informações passadas, gerando inibição a expressar o que pensam agravada pela dificuldade de comunicação verbal);
- Incentivar os pais e responsáveis a acompanharem em casa a vida das crianças e jovens, garantindo a disciplina para o estudo diário, a realização do dever de casa, o desenvolvimento do hábito da leitura, e a assiduidade e pontualidade nas aulas;
- Divulgar os resultados alcançados pela escola, em especial o IDEB, as metas a serem buscadas e informar as medidas que estão sendo adotadas para atingi-las;
Isso significa que dados educacionais e programas para melhorar a situação da escola precisam ser conhecidos e compartilhados: IDEB, taxas de fluxo, PDE-Escola, PAR do município etc. Os dados e programas educacionais acessando:
http://www.mec.gov.br/
http://www.inep.gov.br/
http://www.fnde.gov.br/
familiaeducadora.blogspot.com